Nervo vago, segredo ou enigma?

Mário Gonçalves
Naturopata

O nervo vago é um dos grandes segredos do corpo, despertando cada vez mais interesse à investigação. É o principal componente do sistema nervoso parassimpático e está diretamente envolvido na capacidade do corpo relaxar, descansar e recuperar. O nome “vago” vem do latim “nervus vagus”, que significa nervo errante, devido ao seu longo trajeto pelo corpo, ramificando-se por vários órgãos. Também conhecido como nervo pneumogástrico, o nervo vago é um nervo craniano que interliga o tronco cerebral a uma ampla gama de órgãos vitais, numa extensa rede de ramificações: coração, pulmões, fígado, vesícula biliar, baço, pâncreas, estômago, rins, intestino delgado e intestino grosso. Sendo o mais longo dos nervos cranianos, o nervo vago controla o sistema nervoso parassimpático e supervisiona uma ampla gama de funções corporais essenciais. É através do nervo vago que se estabelece a comunicação do corpo com o cérebro; do relaxamento, descanso, recuperação, à regulação da frequência cardíaca e da respiração. Estudos referem que a ampla gama de funções vitais desempenhadas para garantir o nosso bem-estar diário: frequência cardíaca e a tensão arterial, energética, digestiva e motilidade intestinal, secreção de lágrimas, saliva e suor, regulação da temperatura corporal, controle do apetite, equilíbrio e secreção hormonal, função imunitária, funções sensoriais (gastrointestinal, cardíaca, pulmonar, de visão, de audição e paladar), funções motoras (músculos envolvidos na fala, deglutição e respiração), motilidade gastrointestinal, na resposta inflamatória do corpo e, ainda, em funções cognitivas e de humor. O ritmo frenético da sociedade contemporânea conduz a problemas relacionados com a ativação do sistema parassimpático e desativação do simpático (stress, medo, ansiedade, incerteza…) A ativação do nervo vago ajuda a modular o stress-oxidativo e a inflamação, origem de tantas patologias (ansiedade, depressão, fadiga e dor crónica, insónia, problemas digestivos, doença cardíaca e doenças autoimunes). Esta ferramenta endógena importante e com a capacidade de cura (o nervo vago é frequentemente referido como o “nervo da cura”) necessita de ser ativada recorrendo a: técnicas de relaxamento (yoga, meditação), exercício físico (com efeito bastante positivo no sistema nervoso parassimpático e na saúde geral do nervo vago), dieta saudável (rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis), uso de probióticos (saúde da microbiota intestinal) e sono adequado (dormir o suficiente é essencial). O nervo vago, maestro da saúde, rege o corpo em harmonia, para uma vida plena!

Mário Gonçalves
Naturopata

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