Estrada D. Maria I /D. Maria Pia – Jornadas Europeias 2024

Lúcia Serralheiro
Terra Mágica das Lendas

As Jornadas Europeias do Património de 2024 com o tema: Rotas, Redes e Conexões levam-nos ao interesse internacional desta rota. Porque pela Estrada D. Maria I /D. Maria Pia palmilharam botas de soldados de Napoleão e o som de ‘catrapuses’, conta Clementina dos Moleanos, ficou de alcunha à família do sogro que assim os nomearam.
Foi em 1807 que as Invasões Francesas originaram o embarque da corte para o Brasil. Nos Moleanos de Évora construiu-se à beira da Estrada D. Maria, um nicho ao Senhor Jesus da Boa Morte. Continua a ter devotos, lamparina de azeite, flores naturais, missa e procissão. Em 2007 a comunidade, por iniciativa de Bau, marido de Esmeralda, restaurou-o comemorando a efeméride dos 200 anos da sua existência, data da 1.ª invasão francesa a Portugal. Chegaram à capital a tempo de ‘a ver os navios’ que levavam a corte ao Brasil. Lisboa foi pilhada e segundo Maria Zulmira Marques, “para agudizar a situação, em 1811, quando da 3.ª invasão, tropas francesas invadiram o Mosteiro de Alcobaça, incendiaram o cadeiral Manuelino, partiram […] os túmulos de D. Pedro e D. Inês […] e na nova biblioteca, rasgaram e saquearam livros. Fizeram enormes prejuízos assim como no Mosteiro da Batalha. Entre outros caminhos, pisaram a Estrada D. Maria Pia. Na Charneca do Rio Seco, Turquel. Susana, idosa, esteve escondida debaixo da ponte três dias. Tinha só uma maçã. Na Venda da Rega, Benedita, a população revoltada matava os franceses e depois emparedava-os nos muros velhos e no Pego, Alvorninha, corria vinho pelo rio porque os franceses disparam tiros contra as pipas das quintas. No livro de R.C. d’Azevedo, “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”, lê-se que foi em Rio Maior, no adro da capela de S. Gregório, que Junot recebeu os primeiros curativos após ter sido ferido na 3.ª invasão. Eis algumas memórias orais e escritas sobre o interesse internacional que tem a Rota da Estrada D. Maria no âmbito das Jornadas Europeias de 2024, como o dos viajantes estrangeiros que a utilizaram.

Lúcia Serralheiro
Terra Mágica das Lendas

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