A falta de professores

A iniciar mais um ano letivo, nas mochilas carrega-se a dúvida premente: que professores vão faltar este ano? Faltar não no sentido de não comparência, mas de ainda não terem sido colocados. Afinal há ou não professores? Uma resposta que O ALCOA dá a conhecer nesta edição. Infelizmente, este é um problema recorrente e transversal ao país. As escolas da região não são exceção. Hoje, as instalações escolares aparecem cada vez mais renovadas, mas de que serve uma embalagem bonita, se não tem conteúdo? Serve e não serve. Lembro–me, nos meus tempos de estudante no secundário, de ter recorrentemente falta de professores de Matemática e de Inglês. Apesar de parecer ser uma alegria ter um furo no horário e não ter aula, a verdade é que essa falta fez-me falta. Não só porque depois tive de dar algumas matérias a correr para cumprir o calendário e o programa, mas também porque, anos mais tarde, tive de complementar os conhecimentos com aulas particulares. Mas afinal o que faz falta para que não faltem professores? Falta de condições de trabalho? Falta de incentivos? Falta de coordenação e gestão de quem tem a responsabilidade da educação?
São várias as respostas apontadas pelos sindicatos e pela classe docente, todas elas tocando estas questões. A mais recorrente é o envelhecimento da classe com aposentações, que não são compensadas pelos que saem dos cursos de educação (os próximos professores), que sobrecarregam quem faz do ensino a sua profissão. Não há educação que resista sem um grande investimento na Educação e os professores são uma pedra basilar de todo o sistema. Em matéria de Educação, parece que se está sempre a tentar remendar os buracos, sem ter tempo para se preparar o futuro. Parece que vivemos num batimento cardíaco aclarado, sem ter tempo para respirar.